Se o futebol já conta com o VAR, agora é a vez do tênis de mesa receber sua própria revolução tecnológica: o TTR (Table Tennis Review). Essa novidade estreia com força total no ITTF Men’s and Women’s World Cup Macao 2025, prometendo mais justiça, precisão e emoção nas partidas.
Após o sucesso na sua estreia na Copa do Mundo de Equipes Mistas em Chengdu 2024, o sistema retorna com melhorias significativas. Dessa forma, a Federação Internacional de Tênis de Mesa (ITTF) reafirma seu compromisso com a transparência e a inovação no esporte.

O que é o TTR?
O Table Tennis Review é um sistema que utiliza rastreamento da bola em tempo real e replays instantâneos, permitindo que os jogadores contestem decisões da arbitragem em pontos decisivos. Assim como o Hawk-Eye em outros esportes, o TTR busca aumentar a precisão e a justiça nas partidas.
Como funciona o sistema?
Cada jogador pode solicitar até duas revisões por partida.
Quando o desafio for correto ou inconclusivo, o jogador mantém a tentativa.
No entanto, se for incorreto, ele perde uma das revisões.
Durante o processo, árbitros especializados analisam os lances usando vários ângulos de câmera e diferentes velocidades de reprodução. Isso permite uma avaliação mais técnica e detalhada da jogada.
Situações elegíveis para revisão
Entre os lances que podem ser revisados estão:
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Bola tocando a “casquinha” da mesa
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Toque na rede durante o saque
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Altura e ângulo do lançamento da bola no serviço
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Ocultação da bola no momento do saque
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Saque realizado abaixo ou dentro da superfície de jogo
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Obstrução da jogada
Se a análise não esclarecer o lance, a decisão inicial do árbitro permanece.
Primeira revisão histórica no torneio
Logo na abertura do torneio, o TTR já entrou em ação. Durante a vitória arrasadora do jovem chinês Huang Youzheng sobre o veterano Mohamed Elbiali, o egípcio contestou uma infração de saque. O árbitro, no entanto, manteve a decisão após a revisão. A partir daí, Elbiali teve dificuldades para retomar o foco, e Huang fechou o jogo por 4 a 0 (11-3, 11-4, 11-2, 11-8), sob aplausos da torcida.
Acompanhe ao vídeo abaixo, no minuto 16:30 a arbitra aponta falta no serviço do egípcio. Elbiali contestou e foi consultado o TTR. Entretanto, somente no minuto 18:30 temos uma decisão final, em que a árbitra manteve sua decisão.
Tecnologia promissora, mas ainda em evolução
Apesar dos avanços, o TTR ainda precisa de ajustes para se consolidar como uma ferramenta totalmente eficaz. Em alguns casos, o sistema não aciona o ângulo de câmera mais adequado, o que pode dificultar a resolução do lance. Além disso, o tempo gasto para revisar uma jogada ainda é elevado, o que pode quebrar o ritmo da partida e afetar a concentração dos atletas. No entanto, com o uso contínuo e o aprimoramento técnico, a tendência é que essas limitações sejam resolvidas em breve.
Pontos Polêmicos
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Lin Yun-Ju: Acusado de esconder o saque atrás da cabeça, mas o TTR confirmou que seu saque era legal.
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Dimitrij Ovtcharov: Penalizado por lançamento de saque supostamente baixo. O TTR provou que a altura estava correta. A juíza, ao ser questionada, não soube informar a altura.
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Hwan Bae x Lin Shidong: Hwan alertou sobre um saque ilegal de Lin, ignorado pelo árbitro. A revisão confirmou que Hwan estava certo.
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Elbeiali: Reagiu de forma defensiva após ter um saque ilegal identificado. O replay mostrou claramente a infração, contrariando sua postura de vítima.
- Anders Lind criticou os ângulos de câmera do sistema, pois não era a mais adequada para se analisar a jogada.


Mais transparência e emoção para atletas e fãs
Com o TTR, o tênis de mesa entra em uma nova fase. A tecnologia reforça a confiança dos jogadores, aproxima o público das decisões críticas e eleva o nível de profissionalismo nas competições. A ITTF segue firme em seu objetivo de tornar o esporte cada vez mais justo, dinâmico e acessível a todos.
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